terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Tu não me beija
Não me afaga
Homem duro
Não baixa a guarda
Corta meu coração
Com sua ausência
Como um facão
Corta o mato
Na beira da estrada

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Ela tem os mesmos gostos
Poesia
Literatura
Carnaval
Mas ela te olha igual?
Ela tem os mesmos ideais
Feminista
Esquerdista
Puta liberal
Mas ela te beija igual?
Ela também é de candomblé
Oxum
Ogum
Oxalá
Mas será que é feita no Asé?
Uma cópia minha
Talvez ela seja
O que você quer

Mas um detalhe importante
Que faz toda diferença
A pele dela é branca
A minha não é
Você não é o problema, sou eu.
Eu que me jogo no mar sem medo do profundo, sem saber nadar.
Eu que me alastro com qualquer faísca
E vou embora, levada pela brisa.
Não tenho paradeiro.
Meu coração está a deriva procurando cais.
Enquanto não encontro
Me apaixono por olhares, poesias
Solos de baixo, violão, repique e agogô.
Sou infiel a rotina, leal a paixão.
Pode confiar!
Metaforicamente, eu não presto.
Sou sem sentido, sinto muito.
Não tomo juízo.
Prefiro cachaça, vinho, seu corpo.
Sendo assim.
Se quiser, se apaixone por mim.
Aviso que não serei monótona, só repetitiva.
Adoro ser supreendida, fico cativa.
Deixo o melhor e o pior.
Adentre meu mundo
Seja meu mundo
O tempo que durar...

(Cartas pra enviar)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016


Não superei seus olhos. Eu os vejo em todos os lugares: rua, sala, quintal, roncó.. Parece feitiço, sina, maldição. Fujo deles, de você e das minhas lembranças enquanto curo minhas curas, enquanto espero meu cabelo crescer. Traço um novo caminho, no qual você não estará, que você não vai cruzar. Queria ter o dom de mudar o que foi ruim, manter o que foi bom, mas não me cabe. Eu não sirvo mais naquela roupa de libertina que satisfazia seus desejos e saciava minha fome. Tanto fogo, tanta vontade de penetrar no outro, um "j' ne sais quoi", uma liga que não suportou meus vendavais, minhas inundações, tempestades.. Culpa do santo? Do meu desgoverno, da vida sem rumo. Culpa minha! Que criei uma magia que não existia, um homem, um amigo, um amante. Culpa sua! Da sua lua em peixes, do seu veneno, encanto que me fez acreditar que eu era tudo, mas eu era nada além de um corpo.

Hoje eu só sei sentir paixão, só sei o que é abismo. Eu gosto do estrago, do encontro, do lastro, mas eu quero me curar de você.

Hoje não consigo superar seus olhos, mas um dia..




(as cartas que não mandei)

A fábula do pássaro Na gaiola Nunca foi nosso caso Nesse caso Coube mais Aquele dito popular Da abelha Num jardim florido Não tá ma...