Saudade de mim
da vida antiga
Da sua desordem,
do desamparo,
desespero...
do desamparo,
desespero...
Ai, que vazio!
Que mundo mais sem graça
Me prendeu em suas amarras
Colando-me neste dilema,
Gracioso problema:
Ser à toa, sem destino
Ou viver como manda o figurino?
Jamais!
Quero viver minhas agonias
Sim, quero sentir minhas angustias
Sem ter que respondê-las num “como foi o seu dia?”
Quero acordar sem paradeiro
Sem saber com quem dormi,se dormi
Dar por amar,
dar pra odiar
dar pra odiar
Ou dar só por dar mesmo...
Amar sem ser amada
E também não amar mais nada,
Além de mim mesma...
Chega de não ter contradições
Quero sentir outros gostos,
provar novos corpos
provar novos corpos
Não sei dividir meu ar...
Não consigo,
preciso respirar sozinha
preciso respirar sozinha
Quero ouvir só os meus pensamentos
Não explicar o porquê de eu ser
De pensar,
respirar...
respirar...
Ah, eu quero apenas ser!
Deliciar-me com o novo, denovo
Sentir a liberdade de existir
Não só coexistir...